quinta-feira, junho 03, 2010

Dress code AR

Pode ser um assunto de somenos importância. Será concerteza um tema ignóbil perante os grandes desafios com que se defronta a Nação. Mas não tardará a hora de Jaime Gama, como "chefe de sala" da Assembleia da República, exigir alguma respeitabilidade a quem frequenta o plenário?
Passo a explicar. Se não falha a memória, quem inaugurou o estilo javardo no "dress code" dos deputados à AR foi o Bloco de Esquerda. Admitindo-se a ausência da gravata - esse ícone do capitalismo selvagem - a informalidade de alguns deputados do lado mais "sinistro" (leia-se no italiano) do Parlamento passou ao estado de quase vagabundismo. Alastrou ao PCP e ao PEV (ou Verdes). Entende-se, os trabalhos prosseguem mais tarde em Santos-o-Velho, mesmo ali em baixo, e no Bairro Alto, a umas centenas de metros.
Não me julguem snob ou betinho. Aqueles senhores têm o dever de credibilizar o que dizem perante o país. O tradicional fato completo ajuda? Ajuda. As avózinhas adoram um rapaz bem composto. Ponhamos a coisa em perguntas simples como: se um médico for andrajoso temos 100% de segurança no diagnóstico? Confiamos na capacidade do advogado em defender a nossa causa? Pomos o dinheiro nas mãos do bancário com ar de pedinte? A resposta é singela. Não.
Esta esquerda caviar está muito sardinha de escabeche.

2 comentários:

Filipe disse...

Este discurso é, obviamente, causa e consequência da sociedade hipócrita em que vivemos: uma sociedade em que o parecer é mais importante do que o ser...

Neves dos Santos disse...

O parecer é (aparentemente) pobre, o ser é (genuninamente) paupérrimo. Aí está a causa e consequência da "sociedade hipócrita em que vivemos".Auto-inclui-se nela? Not me.