terça-feira, fevereiro 21, 2006

Brokeback Mountain

O novo filme de Ang Lee é excepcional, como história de amor, como retrato da América rural, com uma fotografia de perder a respiração e grandes interpretações de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal. Aconselho vivamente!

Agora, independentemente de todas estas virtudes, de muito provavelmente merecer quase todas as nomeações para os Óscares, oh meus amigos... Brokeback Mountain?? Ou, numa tradução literal em português, “Montanha das costas partidas”! É um título que se põe a jeito de se fazer referências a sabonetes perdidos. Além de que estes queridos, a dada altura, por estarem cheios de fominha, matam um veado para o comer. Já não me lembro bem é se comem primeiro o veado ou.....

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Saber viver

Perguntaram um dia a Buda:
- O que mais te surpreende na Humanidade?
Ele respondeu - Os homens.
Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem o presente, de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E porque vivem como se nunca fossem morrer, morrem como se nunca tivessem vivido.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Brincar com Deus... porque não?

"A ideia e a própria palavra Deus estão, na maior parte dos casos, ligadas à angústia, ao drama, à culpabilidade, ao castigo, ao sofrimento, à morte, ao juízo final. A sabedoria popular, pessimista e conservadora, diz que a morte aproxima de Deus. Com a idade o mundano faz-se eremita; o desfrutador louva a austeridade; o libertino, a castidade; e o rico, a generosidade; os espíritos fortes sentem algumas fraquezas; e o céptico que duvidava de tudo, excepto da sua pessoa, começa a desconfiar de si próprio. Aquele que acredita no céu e aquele que não crê nem em Deus nem no Diabo fazem juntos o último bocado de caminho… Diante desta onda de fraquezas ou conversões, tão repentinas como radicais, tão últimas como tenebrosas, se Deus não desata a rir...
O que Ele nos garante - olhando para todas as religiões da terra em todos os tempos e lugares - é que não fez contrato de exclusividade com nenhuma. E que os judeus, os cristãos e os muçulmanos não se zanguem com Ele por causa disso.
"

Frei Bento Domingues, Público, 12 Fevereiro

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Se dúvidas houvesse

"A caridade não deve ser um meio em função daquilo que hoje é indicado como proselitismo. O amor é gratuito; não é realizado para alcançar outros fins. Isto, porém, não significa que a acção caritativa deva, por assim dizer, deixar Deus e Cristo de lado. Sempre está em jogo o homem todo. Muitas vezes é precisamente a ausência de Deus a raiz mais profunda do sofrimento.
Quem realiza a caridade em nome da Igreja, nunca procurará impor aos outros a fé da Igreja. Sabe que o amor, na sua pureza e gratuidade, é o melhor testemunho do Deus em que acreditamos e pelo qual somos impelidos a amar. O cristão sabe quando é tempo de falar de Deus e quando é justo não o fazer, deixando falar somente o amor. Sabe que Deus é amor (cf. 1 Jo 4, 8) e torna-Se presente precisamente nos momentos em que nada mais se faz a não ser amar. (…) Consequentemente, a melhor defesa de Deus e do homem consiste precisamente no amor. É dever das organizações caritativas da Igreja reforçar de tal modo esta consciência em seus membros, que estes, através do seu agir — como também do seu falar, do seu silêncio, do seu exemplo —, se tornem testemunhas credíveis de Cristo."

Bento XVI, Encíclica Deus Caritas Est

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Quem é que deturpa o Islão, afinal?

Com as violentas reacções à publicação dos cartoons satirizando (supostamente) a figura do Profeta Maomé no diário dinamarquês Jylland-Posten, através do incêndio de embaixadas e agressões sobre cidadãos ocidentais, os radicais islâmicos só dão motivos para que a sátira e o cepticismo de uma Europa que separa a Igreja do Estado não fique por aqui.
Seria impensável um cristão reagir com vingança. Dá que pensar, a interpretação que as culturas têm vindo a fazer sobre o amor de Deus, qualquer que seja o nome que Lhe dão.

Dar a outra face não está, definitivamente, na ordem do dia...

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Chamada de atenção

"É preciso mudar de registo e não falar para sufocar interrogações. É preciso fazer mais perguntas, por exemplo: se Deus existe, como explicar o mal? Se Deus não existe, donde vem o bem? Deus também se revelou extremamente vulnerável!
O recurso ao plano religioso para encobrir a dor do mundo é uma falta de respeito pelo mistério de Deus e pelo mistério do sofrimento.
Mas assim ainda estamos no campo da busca de explicações para aquilo que não precisa só de explicações. (...) Os chamados “milagres” não são uma solução ou uma receita; são um sinal, uma indicação de que o mal não se explica, não é uma fatalidade, combate-se. Jesus, ao não deixar a receita, indica que os milagres não servem para substituir nem o engenho nem a vontade de transformar o mundo. Gosto de observar que Jesus não veio para resolver os nossos problemas, mas para nos resolver a que nos resolvamos a resolver o que deve ser resolvido por nossa conta e risco. (...)
A vida cristã apoia-se num tripé: lucidez, trabalho e oração. Como redescobrir e suscitar o gosto do silêncio, do testemunho e do desejo de servir?
Havendo no mundo recursos e conhecimentos (ou podendo haver) para cuidar da alimentação e da saúde de todos, por que será que há tanta gente mergulhada na solidão, na fome e no sofrimento?"

Frei Bento Domingues, Público, 5 Fevereiro

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

África by...

"Este continente é maravilhoso de vida, de energia, de juventude, de imaginação. Para quem pertence a um país cansado faz bem ver estes verdes, estes sons, esta exuberância animal. Os quimbos de adobe e de palha, algumas construções sobre estacas, a fuba, as bananeiras, o milho, os panos soltos com que as mulheres se vestem, a imensa proliferação de crianças de todos os tamanhos, as estupendas figuras dos homens, tudo isso é de facto estranhamente belo e estimulante, apesar da pobreza e da miséria."

António Lobo Antunes, D'este viver aqui neste papel descripto

A frase

"Hoje, os cidadãos continuam a ser social e politicamente qualificados mais pela sua origem social do que pelos valores e princípios que exprimem ou pelo mérito que revelam no seu percurso de vida"

Jorge Gonçaves, Diário Económico