terça-feira, agosto 30, 2011

Da soberania

Considerar Portugal um país soberano, democraticamente livre em que prevalece a "vontade do povo" na escolha dos seus representantes é um pouco como falar da Alemanha no pós-guerra:
"(...) tal como uma boa parte dos eleitores sociais-democratas, não poderá fornecer qualquer razão motivada. De facto, tal como muitos da mesma opinião, escolheu o partido por eliminação: o partido democrata-cristão é excluído quando não se tem credo religioso; o partido comunista é opção impossível; o partido liberal é de qualquer modo pequeno demais para poder ter um papel e o partido conservador por demais desconhecido. Querendo pois votar, só restam os sociais-democratas, e para estes vai o voto, ao mesmo tempo que se pensa pouco importar quem ganhe as eleições, visto de qualquer maneira o país estar ocupado." Stig Dagerman, Outono Alemão, 1946

Isto, ou ter uma Troika de poderes económicos e políticos externos a conduzir a governação e condicionar a vida dos cidadãos e o seu acesso a bens e serviços.