quarta-feira, novembro 24, 2010
quinta-feira, novembro 11, 2010
O abcesso
O estado do sítio assemelha-se, a cada dia que passa, a um abcesso à beira da ruptura. E só há dois cenários possíveis. Somos lancetados a sangue frio, sem direito a anestesia, por uma enfermeira de sotaque franco-belga-germânico, ou deixamos que a infecção interna do socialismo socretino alastre, até haver pus por todo o lado.
Em qualquer das hipóteses a consequência é a mesma. Vamos levar com isto em cheio na boca.
Em qualquer das hipóteses a consequência é a mesma. Vamos levar com isto em cheio na boca.
segunda-feira, novembro 08, 2010
O segredo dos chineses
Diz-se, por piada, que o fazem contra o vento. E nós gostamos de levar com o vento da China, tanto que suplicamos por ele. À medida que caminhamos perigosamente para o abismo, e esgotados os malabarismos politiqueiros de pseudo-acordos para dar uma ilusão de governabilidade aos mercados, a China parece o negócio da vida (presa por um fio) destes chamados líderes e , banqueiros e empresários.
A China, que tem uma política de expansão agressiva e de colonialismo económico sobre economias emergentes e mesmo consolidadas, dando por exemplo Angola e os próprios Estados Unidos, onde já detém fatias de leão no comércio e construção, estende agora "generosamente" a mão a Portugal. Não para ser apertada, mas para ser beijada, bajulada.
Mas nós vamos lá, fazemos fila, como na sopa dos pobres. Não há ninguém que explique ao engenheiro de fim-de-semana que duplicar as relações comerciais com a China é um atentado à soberania económica do país, se não hoje, a prazo e para as futuras gerações? Que mais lojas de produtos chineses não devem existir porque dão cabo das empresas portuguesas? Que produzir na China é tirar postos de trabalho a cidadãos portugueses?
Durão Barroso, o ex-maoísta do MRPP, é que nunca imaginou que este sonho iria tornar-se realidade. Deve estar amarelo - mas de inveja - por não ser agora PM e estar lado a lado com Hu Jintao no Palácio de São Bento.
A China, que tem uma política de expansão agressiva e de colonialismo económico sobre economias emergentes e mesmo consolidadas, dando por exemplo Angola e os próprios Estados Unidos, onde já detém fatias de leão no comércio e construção, estende agora "generosamente" a mão a Portugal. Não para ser apertada, mas para ser beijada, bajulada.
Mas nós vamos lá, fazemos fila, como na sopa dos pobres. Não há ninguém que explique ao engenheiro de fim-de-semana que duplicar as relações comerciais com a China é um atentado à soberania económica do país, se não hoje, a prazo e para as futuras gerações? Que mais lojas de produtos chineses não devem existir porque dão cabo das empresas portuguesas? Que produzir na China é tirar postos de trabalho a cidadãos portugueses?
Durão Barroso, o ex-maoísta do MRPP, é que nunca imaginou que este sonho iria tornar-se realidade. Deve estar amarelo - mas de inveja - por não ser agora PM e estar lado a lado com Hu Jintao no Palácio de São Bento.
sexta-feira, novembro 05, 2010
Roma começa a arder
... e o "Nero" Sócrates caminha a direito para o meio da fogueira, empurrado pelo próprio partido que começa a antever a destruição da cidade caso o tirano louco não seja derrubado do poder.
Nem a propósito, a capa de sexta-feira do Jornal de Negócios, é uma entrevista da Anabela Mota Ribeiro ao "histórico" do Partido Socialista, Henrique Neto.
Nada que já não fosse do conhecimento geral. Mas dito por um membro da família política tem outro élan, outra graça. O auge virá apenas quando finalmente arder na pira que alimentou.
Nem a propósito, a capa de sexta-feira do Jornal de Negócios, é uma entrevista da Anabela Mota Ribeiro ao "histórico" do Partido Socialista, Henrique Neto.
AMR: Porque é que tem pó ao Sócrates?
HN: Uma vez, fui a um debate em Peniche, conhecia o Sócrates de vista. Isto antes do governo Guterres. Não sabia muito de ambiente, mas tinha lido umas coisas, tinha formado a minha opinião. O Sócrates começou a falar e pensei: "Este gajo não percebe nada disto". Mas ele falava com aquela propriedade com que ainda hoje fala, sobre aquilo de que não sabe [riso]. Eu, que nunca tinha ouvido o homem falar, pensei: "Este gajo é um aldrabão, é um vendedor de automóveis". Ainda hoje lhe chamo vendedor de automóveis.
AMR: Nos últimos tempos, a sua voz é das mais críticas no PS, e o desdém com que fala dele faz-me perguntar se a questão tem uma raiz emocional.
HN: Faço uma explicação: gosto muito de Portugal - se tiver uma paixão é Portugal - e não gosto de ninguém que dê cabo dele. O Sócrates está no topo da pirâmide dos que dão cabo disto. Entre o mal que faz e o bem que faz, com o Sócrates, a relação é desastrada.
AMR: Tem essa veia verrinosa, gosta de apontar o que está mal feito?
HN: (...)
Estudei um pouco da história portuguesa, nomeadamente dos Descobrimentos; fizemos erros absurdos. Um dos erros é deixarmo-nos enganar, ou pelos interesses, ou pela burrice. O poder, os interesses e a burrice é explosivo. Descambámos no Sócrates, que tem exactamente estas três qualidades, ou defeitos: autoridade, poder, ignorância. E fala mentira.
AMR: Apesar da discordância, continua ligado ao PS.
HN: (...)
José Sócrates, na última Comissão Política do PS, defendeu a necessidade das severas medidas assumidas pelo Governo, mas também disse que era muito difícil cortar na despesa do Estado porque a base de apoio do PS está na Administração Pública. Disse-o lá, e pediu para isso a compreensão dos presentes. Não tenho nada contra José Sócrates. Se ele se limitasse a ser um vendedor de automóveis, ser-me-ia indiferente. Mas ele é o primeiro-ministro e está a dar cabo do meu país. Não é o único, mas é o mais importante de todos.
Nada que já não fosse do conhecimento geral. Mas dito por um membro da família política tem outro élan, outra graça. O auge virá apenas quando finalmente arder na pira que alimentou.
quinta-feira, novembro 04, 2010
À altura desta antiga profissão
E o que faz qualquer um dos deputados na ala esquerda do Parlamento, enquanto uma senhora fala com verdadeiro sentido de Estado?
Faz o que sabe melhor. Deputa.
Faz o que sabe melhor. Deputa.
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