quarta-feira, agosto 18, 2010

Eu congratulo-me, tu congratulas-te, ele congratula-se

O primeiro-ministro congratulou-se com o "crescimento" económico de 0,3% no segundo trimestre do ano, que poderá "duplicar" para sete décimas;

O secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional congratulou-se com a estagnação do número de desempregados (registados) em 10,6% da população activa em Portugal;

O ministro da Administração Interna congratulou-se porque os 71 mil hectares de área ardida neste Verão é inferior aos milhares de hectares ardidos "nos períodos homólogos" de 2003 e 2005. Graças a Deus, acrescento eu.

 É do conhecimento geral que gente de todas as idades e classes o faz. É por isso, também, que alguém devia recordar àqueles senhores, a bem da decência, que se deviam congratular em privado e longe dos nossos olhos.

Cindy calista

Foi a única que conseguiu, até hoje, convencer a classe proletária a cuidar dos pés.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Perversidades contra o delfim Pereira

Coitado do homem, não fossem os factos esquecidos ou des-conhecidos que desmentem o actual senhor ministro...

«[...] famosa reunião de 17 de Janeiro [2001], quinta-feira, que juntou à mesa nas instalações do Ministério [do Ambiente], na Rua do Século em Lisboa, um grupo numeroso de gente interessada em resolver o problema do Freeport.
À mesa sentaram-se representantes dos promotores imobiliários, o ministro, os secretários de Estado Rui Nobre Gonçalves e Pedro Silva Pereira, o edil de Alcochete [José Dias Inocêncio, PS], Charles Smith e Manuel Pedro, e vários técnicos do ministério [...]»

«Ao mesmo tempo que Sócrates se reunia na sede do Ministério do Ambiente, a poucos quilómetros dali, o Presidente da República Jorge Sampaio dissolvia, no seu gabinete no Palácio de Belém, a Assembleia da República e convocava eleições legislativas antecipadas para 17 de Março de 2002. O governo acabara de entrar formalmente em fase de gestão, podendo apenas tomar decisões relativas a assuntos correntes, ficando excepcionalmente condicionado em relação à publicação de novas leis, decisões em matéria de investimentos públicos ou na esfera pública

«Apesar de tudo isso, bastaram 56 dias para ser emitida a Declaração de Avaliação de Impacte Ambiental positiva ao complexo comercial Freeport em Alcochete, tendo sido desafectados quase 38 hectares inscritos na ZPE, sem consulta prévia da Comissão Europeia, como era obrigação do Estado português

«A 5 de Fevereiro, o secretário de Estado do Ordenamento do Território, Pedro Silva Pereira, publicou um despacho anunciando que, desde esse dia e até 5 de Março, o Estudo estava disponível para consulta pública.
[a 14 de Março de 2002] o diploma foi levado à reunião [Conselho de Ministros] pela mão de José Sócrates, ministro do Ambiente, tendo a autorização para a construção do outlet recebido luz verde do XIV Governo Constitucional. E tudo a três dias das eleições legislativas que o PS perdeu. [...] este foi o Estudo de Impacte Ambiental mais rapidamente aprovado da história de Portugal, tal como consta na base de dados da Agência Portuguesa do Ambiente: foi entregue, avaliado e aprovado em 56 dias (dos quais apenas 39 úteis).»

«[...] a 10 de Fevereiro de 2005 [Sócrates] afirmou ter tido necessidade de recorrer a uma 'bengala' chamada Pedro Silva Pereira, que tida sido seu secretário de Estado do Ordenamento, para obter respostas sobre o Freeport. "Então telefonei ao Pedro Silva Pereira (...) e o Pedro, que tinha essa memória e os documentos todos, veio de Cascais para Setúbal para me explicar o que tinha sido feito no governo e para redigirmos um comunicado de imprensa", recordou Sócrates na sua biografia autorizada.»

«Se tinha sido Rui Nobre Gonçalves quem mais acompanhou, por delegação expressa de competências, todo o processo Freeport, como é que a "memória" dos factos estava guardada na cabeça de Pedro Silva Pereira e os "documentos todos" na sua casa particular de Cascais? Como é que era ele quem tinha memória e documentação de um processo que oficialmente não estava sob a sua tutela e só pontualmente acompanhava?»

João Bénard Garcia, Freeport - Corrupção ou Perseguição?, Prime Books, 1ª Ed., Set. 2009

segunda-feira, agosto 02, 2010

Heil!

«________ é muito meu amigo e eu tenho orgulho nessa amizade. Ele gosta muito de mim. Eu também gosto e admiro-o muito. E tenho muita pena que ele tenha sido tão mal tratado, tão agredido. Nunca nenhum primeiro-ministro foi tão agredido como ele e tão injustamente. Já o acusaram pelo menos de quatro coisas graves e ainda não provaram nenhuma. Mas continuam à procura

«Por outro lado, admiro-o por muitas razões, não só a resistência psíquica, clarividência, capacidade oratória, a de se deslocar. Ele é como Deus nosso Senhor, está em toda a parte.
Ele cansa um exército e quando vai a qualquer país ainda vai correr na rua. Mas há uma coisa que admiro muito nele: a capacidade de inovação. Nunca ninguém fez tantas reformas como ele, sobretudo no anterior Governo, nomeadamente na área das novas tecnologias, saúde, energia

Este discurso de Goebbels sobre Adolf Hitler é muito parecido com uma entrevista de Almeida Santos sobre José Sócrates.
Ou é vice-versa?