sexta-feira, maio 21, 2010

Não quero ficar na bicha, avanço já com a promulgação

Carta Aberta de um eleitor não homologado pelo PR:

"Pergunto se não seria útil dar conta dos efeitos desta promulgação no que diz respeito aos eleitores do actual Presidente da República.

É que eu, por exemplo, não votarei neste senhor nas próximas presidenciais. Votarei em branco. Traiu por todas as formas a expectativa que nele muitos depositávamos de constituir um contra-peso de bom senso nesta absurda agenda fracturante "civilizacional", começando pelo referendo ao aborto, que convocou imediatamente, e terminando nesta triste promulgação.

Para mais fê-lo desprezando os seus próprios poderes constitucionais, com base num inqualificável argumento utilitarista. Para mim acaba por ser indiferente que seja este o Presidente da República ou outro qualquer, como por exemplo o Manuel Alegre (nem acredito que tenhamos chegado a isto...).
Já nem as pessoas que tínhamos como rectas conseguem fazer política com alguma coragem: tudo se faz na base de frios cálculos pragmáticos eleitoralistas.

Pois bem. Talvez este cálculo tenha saído errado, porque muitas pessoas como eu deixaram de ter algum motivo para votar neste senhor. Muitos que eu conheço já me disseram que não voltariam a votar nele. E penso que o sentimento é mais genérico do que me mostra uma mera observação empírica. Pois a base eleitoral do actual PR não é precisamente aquela que é contrária a este tipo de leis iníquas?
Não seria bom que o senhor PR tivesse a consciência de que, para além de ter abdicado dos seus princípios - que pareciam até estar reforçados pela visita do Santo Padre - abdicou também (de muitos) dos seus eleitores?"

Estêvão da Cunha

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