segunda-feira, outubro 18, 2010

Contas de teenagers inconscientes

Imagine-se a seguinte história: um adolescente de família remediada que recebe a mesada, lava carros numa estação de serviço para ganhar alguns trocos extra, estuda pouco mas começa a mostrar-se ambicioso, "moderno" e a competir pelo estilo de vida que os outros têm.
Vê os colegas com aceleras, telemóveis de última geração, integrados nos grupos da moda, a serem ouvidos e respeitados. Esse adolescente, apesar dos poucos rendimentos que consegue reunir, quer tudo aquilo a que tem direito. Começa então a pensar em comprar uma mota, um iPhone, uns óculos Ray Ban, frequenta a noite, os bares e discotecas mais concorridos. Gasta o que tem e, quando não tem, pede emprestado a gente duvidosa. Se essa fonte esgotar rouba a carteira de quem já lhe dá a magra mesada possível. Inicia negócios pouco lícitos, desenrasca umas pedras de haxixe para vender aos colegas, vende CDs e DVDs de contrabando.
Um dia os pais desse Zé, que tem mais uns irmãos da mesma espécie, dizem-lhes que têm de orientar os gastos e saber usar o pouco dinheiro que têm à disposição. "Estamos em crise, são tempos de austeridade". Deverão saber gastá-lo nas suas prioridades. Caso contrário, a torneira fecha-se e os quartos serão invadidos para ver que tipo de desperdícios é que andam a fazer.
O Zé - vamos chamar-lhe assim - não gostou do que ouviu, acha que o mal é do mundo que lhe exige muito, e vai falar com os irmãos para "negociar" as dívidas que contraiu. Para que façam um pacto. Apesar de nenhum deles, e acima de todos o Zé, ter qualquer intenção de mudar de vida, querem mostrar aos pais que estes devem manter o seu contributo, devem continuar a pagar a mesada porque terão juízo no futuro.

Acha mesmo que os pais não devem dar um correctivo a esta gente? A resposta fica ao critério de cada um. Em particular do maior partido da oposição.

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