segunda-feira, novembro 08, 2010

O segredo dos chineses

 Diz-se, por piada, que o fazem contra o vento. E nós gostamos de levar com o vento da China, tanto que suplicamos por ele. À medida que caminhamos perigosamente para o abismo, e esgotados os malabarismos politiqueiros de pseudo-acordos para dar uma ilusão de governabilidade aos mercados, a China parece o negócio da vida (presa por um fio) destes chamados líderes e , banqueiros e empresários.

A China, que tem uma política de expansão agressiva e de colonialismo económico sobre economias emergentes e mesmo consolidadas, dando por exemplo Angola e os próprios Estados Unidos, onde já detém fatias de leão no comércio e construção, estende agora "generosamente" a mão a Portugal. Não para ser apertada, mas para ser beijada, bajulada.

Mas nós vamos lá, fazemos fila, como na sopa dos pobres. Não há ninguém que explique ao engenheiro de fim-de-semana que duplicar as relações comerciais com a China é um atentado à soberania económica do país, se não hoje, a prazo e para as futuras gerações? Que mais lojas de produtos chineses não devem existir porque dão cabo das empresas portuguesas? Que produzir na China é tirar postos de trabalho a cidadãos portugueses?

Durão Barroso, o ex-maoísta do MRPP, é que nunca imaginou que este sonho iria tornar-se realidade. Deve estar amarelo - mas de inveja - por não ser agora PM e estar lado a lado com Hu Jintao no Palácio de São Bento.

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